Carlos era tão sábio e astuto. Esperou o momento certo para abocanhá-la e sabia exatamente quando deixá-la. Não deu uma semana e começou sua caçada. Era uma competição a qual se via vitorioso desde o início.
Presenteou-a e a beijou.
Fácil assim?
Não.
O presente foi caro demais.
domingo, 22 de julho de 2007
quinta-feira, 19 de julho de 2007
Amor belo da feia.
Ivete era indecisa, fraca, alta, magra, desajeitada, branca, lenta, meio burra e meio avoada, feia.
Não tinha emprego, andava à pé: não tinha escolha.
Seus dentes amarelos gostavam de aparecer para quem fosse. Não tinham vergonha.
Ela era de uma postura conturbada: meio "S", meio "Z".
Tinha os olhos mais fundos e enrugados que qualquer outra criatura. De certa forma, Ivete era similar à uma carranca.
Caminhava sem rumo, pensava sem rumo, se é que pensava.
Ela gostava de ser o que era.
Tinha mais amor dentro de si do que um ser humano qualquer.
Era privilegiada por amar mais do que o próprio amor.
Sorte da Ivete.
Não tinha emprego, andava à pé: não tinha escolha.
Seus dentes amarelos gostavam de aparecer para quem fosse. Não tinham vergonha.
Ela era de uma postura conturbada: meio "S", meio "Z".
Tinha os olhos mais fundos e enrugados que qualquer outra criatura. De certa forma, Ivete era similar à uma carranca.
Caminhava sem rumo, pensava sem rumo, se é que pensava.
Ela gostava de ser o que era.
Tinha mais amor dentro de si do que um ser humano qualquer.
Era privilegiada por amar mais do que o próprio amor.
Sorte da Ivete.
quarta-feira, 18 de julho de 2007
"desemoção"
Analisou a beira da pista e percebeu que os carros não estavam ali. Era um bom momento para atravessar a rua. Sem pressa, caminhou para o outro lado. Infelizmente, o caderninho que levava consigo caiu. Abaixou-se para pegá-lo quando ocorreu o seguinte pensamento:
"Se eu me deitar aqui um pouco não irá fazer mal à ninguém." Deitou-se.
Ficou por lá durante uns dois minutos e nada dos carros ou motocicletas. Nada.
Já impaciente, levantou-se e jogou o caderno para cima:
"Pronto! Só assim terei uma emoção na vida."
"Se eu me deitar aqui um pouco não irá fazer mal à ninguém." Deitou-se.
Ficou por lá durante uns dois minutos e nada dos carros ou motocicletas. Nada.
Já impaciente, levantou-se e jogou o caderno para cima:
"Pronto! Só assim terei uma emoção na vida."
terça-feira, 17 de julho de 2007
moral de hoje 2
Olívia estava ardendo em ansiedade para contar tudo,mas não podia. Segredo é segredo.
"Boca de túmulo; nem por cima do meu cadáver; fechei a boca com uma chave e a lancei em mar aberto". Hoje ela se arrepende por ter dito tantos exageros,mas aquela aposta era maior que qualquer coisa.
Ela falou. Pensou e não pensou e contou tudo. Ouvindo aquilo, Augusto quase infarta de esperança.
Pegou o primeiro ônibus, desceu na primeira parada, deu seus primeiros passos em direção à padaria, parou e beijou o primeiro padeiro que viu.
Depois daquele show público, ele retornou ao encontro de Olívia:
"Tá. Você venceu. Agora vai ter que cumprir o prometido."
Ela abaixou as saias, correu pelas ruas com os braços beijando o vento, entrou na mesma padaria e cantou:
"Quem quer pão, quem quer pão, quem quer pão?"
Moral da história: Se contar um segredo, não o conte.
"Boca de túmulo; nem por cima do meu cadáver; fechei a boca com uma chave e a lancei em mar aberto". Hoje ela se arrepende por ter dito tantos exageros,mas aquela aposta era maior que qualquer coisa.
Ela falou. Pensou e não pensou e contou tudo. Ouvindo aquilo, Augusto quase infarta de esperança.
Pegou o primeiro ônibus, desceu na primeira parada, deu seus primeiros passos em direção à padaria, parou e beijou o primeiro padeiro que viu.
Depois daquele show público, ele retornou ao encontro de Olívia:
"Tá. Você venceu. Agora vai ter que cumprir o prometido."
Ela abaixou as saias, correu pelas ruas com os braços beijando o vento, entrou na mesma padaria e cantou:
"Quem quer pão, quem quer pão, quem quer pão?"
Moral da história: Se contar um segredo, não o conte.
quinta-feira, 5 de julho de 2007
Morta Marta.
Marta estava loucamente apaixonada por Paulo.
Decidiu afastar-se.
Afastou-se e conheceu Rodrigo.
Marta estava perdidamente apaixonada por Rodrigo.
Decidiu afastar-se.
Afastou-se e conheceu João.
Marta estava divinamente apaixonada por João.
Decidiu afastar-se.
Afastou-se e conheceu Juliana.
Marta estava loucamente, perdidamente, divinamente apaixonada por Juliana.
Juliana decidiu afastar-se.
Decidiu afastar-se.
Afastou-se e conheceu Rodrigo.
Marta estava perdidamente apaixonada por Rodrigo.
Decidiu afastar-se.
Afastou-se e conheceu João.
Marta estava divinamente apaixonada por João.
Decidiu afastar-se.
Afastou-se e conheceu Juliana.
Marta estava loucamente, perdidamente, divinamente apaixonada por Juliana.
Juliana decidiu afastar-se.
domingo, 1 de julho de 2007
Imenso segundo.
Buscou desesperadamente pelo chão. Toda aquela terra e lixo atrapalhavam os seus planos.
Mesmo assim, insistia em continuar a busca, que já durara uns sete minutos. Começou a sentir uma aflição tremenda dentro de si, pois a possibilidade de encontrar uma pedra perfeita estava diminuindo rapidamente.
Tudo o que queria era satisfazer uma vontade diária. Aquela mesma vontade que a perseguia desde os oito anos de idade. Não era nenhum problema, afinal todas as pessoas encontram uma satisfação em pequenas coisas.
Praticamente desistindo de tudo, deu a volta para continuar sua caminhada quando sentiu um incômodo embaixo do seu pé. Procurando livrar-se daquilo, olhou o obteve uma surpresa: uma ótima pedrinha sem muitas pontas.
A felicidade foi tanta que a colocou dentro do bolso e correu. O lago estava perto, mas mesmo assim corria como se ele fosse secar a qualquer instante.
" Finalmente! "
Aproximou-se da margem, colocou a pedrinha próxima ao seu peito como se aquela fosse a última de todo o universo e a lançou.
Ficou observando por poucos segundos, mas dentro de si pareciam horas. Era lindo.
Nada mais, naquele momento, poderia ser tão satisfatório quanto assistir a dança de uma simples pedrinha sobre a água.
Depois daquele espetáculo, Marina sentiu-se realizada. Colocou um sorriso imenso no rosto e continuou o seu caminho.
Mesmo assim, insistia em continuar a busca, que já durara uns sete minutos. Começou a sentir uma aflição tremenda dentro de si, pois a possibilidade de encontrar uma pedra perfeita estava diminuindo rapidamente.
Tudo o que queria era satisfazer uma vontade diária. Aquela mesma vontade que a perseguia desde os oito anos de idade. Não era nenhum problema, afinal todas as pessoas encontram uma satisfação em pequenas coisas.
Praticamente desistindo de tudo, deu a volta para continuar sua caminhada quando sentiu um incômodo embaixo do seu pé. Procurando livrar-se daquilo, olhou o obteve uma surpresa: uma ótima pedrinha sem muitas pontas.
A felicidade foi tanta que a colocou dentro do bolso e correu. O lago estava perto, mas mesmo assim corria como se ele fosse secar a qualquer instante.
" Finalmente! "
Aproximou-se da margem, colocou a pedrinha próxima ao seu peito como se aquela fosse a última de todo o universo e a lançou.
Ficou observando por poucos segundos, mas dentro de si pareciam horas. Era lindo.
Nada mais, naquele momento, poderia ser tão satisfatório quanto assistir a dança de uma simples pedrinha sobre a água.
Depois daquele espetáculo, Marina sentiu-se realizada. Colocou um sorriso imenso no rosto e continuou o seu caminho.
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