Do espirro fez-se um beijo,
e do mesmo um entrelaço,
um casal apaixonado discutindo o amor.
No momento:
olhos quentes,
as mãos tremem,
já não sabem o que sentem,
só se sentem.
Não vêem o tempo passar,
eles desejam estar onde quiserem ficar
e o relógio no mar,
bem lá no fundo, na areia.
A moça: uma linda sereia.
O moço: um moço qualquer.
E depois, de pouco à pouco,
não sabia quem à quem os era,
se o moço com seu fogo,
ou a moça na espera.
A briga foi aumentando,
mãos se encontram, desencontram.
Onde as pernas agora estavam?
Os olhos bem quentes,coitados,
depois de todo o alvoroço
foram ficando fechados.
Se acalmaram.
Os dois se afastaram.
Já não havia discussão,
um pra um lado,
o outro pegou um cigarro,
não deram mais nem uma mão.
Foi preferível dormir,
já que a emoção
também o fez.
E amanhã, creio, talvez,
um outro assunto vai visitar
os corpos, num belo pesar de copos de vinho.
E estes, sozinhos,
mascarados de espirro,
chamarão o beijo amigo,
disfarçado de amor.
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Um comentário:
eita...
além de tudo,escreve como ninguém,hã?
muito bom =]
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