quinta-feira, 19 de julho de 2007

Amor belo da feia.

Ivete era indecisa, fraca, alta, magra, desajeitada, branca, lenta, meio burra e meio avoada, feia.
Não tinha emprego, andava à pé: não tinha escolha.
Seus dentes amarelos gostavam de aparecer para quem fosse. Não tinham vergonha.
Ela era de uma postura conturbada: meio "S", meio "Z".
Tinha os olhos mais fundos e enrugados que qualquer outra criatura. De certa forma, Ivete era similar à uma carranca.
Caminhava sem rumo, pensava sem rumo, se é que pensava.
Ela gostava de ser o que era.
Tinha mais amor dentro de si do que um ser humano qualquer.
Era privilegiada por amar mais do que o próprio amor.
Sorte da Ivete.

3 comentários:

Marina Moura disse...

Os azarentos têm lá sua sorte.

Anônimo disse...

BEM INTERESSANTES OS TEXTOS DO SEU BLOG COISA3!

Um simples querer composto disse...

que bom que você encontrou o amor!
e volte sempre por lá.

muita sorte da Ivete, mas o bom é amar à dois.

clara