Jornais rabiscados pelo chão molhado,
cadeiras quebradas em meio de cinzas,
uma sala impregnada por um cheiro clássico de fumo.
Uma poltrona cheia de furos, sinônimo de ninho de ratos,
já não era mais útil, assim como aquela casa.
Mas ali permanecia sem queixar-se.
Tudo era de grande agrado.
Seu maço de cigarro bastava.
Fazia uma caminhada diária,andando de um extremo ao outro do ambiente isolado.
Como há tempos não recebia visitas, encontrava grandes entretenimentos em pequenas façanhas: aprendeu a utilizar, com eficiência, as duas mãos pelo seu corpo.
Sim, somente a ausência de toques da pele humana, se preferível de outra, lhe perturbava.
Sentia prazer numa leve tragada de fumaça escura.
Não recordava quanto tempo havia se passado desde sua fuga. Já não aguentava aquela imensa bobagem dos homens. Sentia vergonha de ser homem. Que pena.
A própria voz o enfurecia. Calou-se, então.
Do que adiantava escutar aquilo que já compreendia antes mesmo de ouvir?
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