quinta-feira, 28 de junho de 2007

MundAna

Ana é uma moça de poucas histórias: não ri e nem chora,
não anda e nem corre.
Ela se firma em seus pensamentos,
esquece do resto do mundo.
Não sabe que tem pai, mãe, irmão,
perna e mão, não sabe.
Quem dera Ana ser ave,
ter asas,
mas por poucas páginas ela é o que quer ser.
Tenta entender a si mesma,
seu espírito retraído e culto,
estranhamente calmo e puro. Pobre Ana.
Não sabe dançar a dança dos homens:
ganância pra direita, vingança para a esquerda. Não sabe.
Ela imagina ter cérebro, pois sabe o que é errado e certo.
Tem medo de tudo. Bem, quase tudo.
Esconde-se atrás de seus livros,
atrás do seu rosto que clama abrigo.
Ana sabe que se abrir os olhos,
enxergará o mundo como ele é.
Talvez todos pudessem ser Ana,
que não faz o bem,
mas não faz o mal,
que não tem ninguém,
mas tem a si mesma,
que não faz o certo,
mas não o errado,
que sente que a paz existe ao seu lado,
que enfrenta tudo mesmo quando tem nada,
que enxerga o mundo do jeito que ela quer.
Falando no mundo,
ele deveria se chamar Ana.

2 comentários:

angelic fruitcake disse...

enfrentar o mundo mesmo não tendo nada um dia cansa.

e mundo desaba.

ana precisa ser mais que isso.

Jeferson França disse...

Oi!!!
Legal!! Um mundo de Ana. Acredito que todos nós temos o nosso mundinho para nos sentir protegidos de vez em quando, mas, inexoravelmente, temos que enfrentar o duro e cruel mundo real.
Até a próxima...